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Análise

Jun 20, 2024

A autêntica saga que é a série Yakuza e o seu spin-off Judgement, trouxe-nos uma acção moderna que se tornou um marco incontornável nos títulos de RPG com acção.Como um Dragão: Eles eramé literalmente um passo atrás.

Mas, no bom sentido. A história de Sakamoto Ryoma é uma viagem ao passado, como se o estúdioRyu Ga Gotokuquisesse “respirar” um pouco das histórias de gangsters contemporâneos, mas mantendo a fórmula de jogo na sua “zona de conforto”. De facto, há outros retrocessos neste jogo que nos recordam a génese de Yakuza e que, de certa forma, deixaram saudades. Estamos no século XIX, é verdade, aqui não há fatos de design, carros desportivos ou máquinas de arcada. Mas, os fãs pouco se importam.

Este é, de facto, um spin-off das histórias de Kazuma Kyriu, inicialmente planeado apenas para o mercado Japonês, chegando por lá em 2014 como Ryu ga Gotoku Ishin!. ASEGAaproveitou a distância do tempo para rever este título e decidiu recuperá-lo com um remake, agora num lançamento global. Ou seja, a não ser que experimentassem o título original totalmente em Japonês na PS3/PS4, este é o primeiro contacto que poderemos ter com Ishin, uma estreia, para todos os efeitos, pelo menos para mim.

Aqui, Kiryu transforma-se em Sakamoto, praticamente a mesma personagem, só que no papel de um Samurai oitocentista. E o mesmo acontece com várias outras personagens do lore de Yakuza, todas elas revisitadas como personagens históricas. Este é, aliás, um bom momento para mencionar que não é preciso que tenham jogado os anteriores Yakuza. Basta saberem os traços gerais da história, mesmo que por vezes seja complicado perceber algumas referências aos títulos mais modernos.

Em 1860, o período Edo está prestes a terminar. Navios ocidentais chegaram ao Japão, trazendo consigo influências novas e uma ameaça às ambições imperialistas. Os damyos do Shogunato de Tokugawa agem com punho de ferro para controlar o país, enquanto os leais Imperialistas Ishin ShiShi conspiram para devolver o poder ao Imperador. No meio do tumulto, as vítimas são sempre as mesmas: a população.

Quanto o pai adoptivo de Sakamoto Ryoma é assassinado, este torna-se num agente infiltrado Shishi na força policial Shinsegumi do Shogunato na região de Tosa. Com um nome fictício de Saito Hajime, o Samurai mergulha neste conflito em busca pela verdade na morte do seu pai. Isto leva-o a uma versão fictícia de Kyoto (chamada Kyo), onde irá enfrentar uma enorme conspiração, repleta de desenlaces e repercussões.

Embora a História retratasse este como um período algo efémero para o Japão, teve importantes momentos para o rumo deste país. O Imperador Meiji acabou restaurado ao poder pelos esforços dos Imperialistas, derrotando o Shogunato. Os paralelos históricos estão cá neste jogo, embora tenham um papel secundário na trama principal. O foco é mesmo a trama policial em torno de Sakamoto e não tanto os eventos históricos. Estes servem apenas de pano de fundo.

Para os veteranos das histórias de Yakuza, há aqui uma sensação difícil de descrever. É que as muitas personagens dessa franquia literalmente “recicladas” para esta história, possuem papéis por vezes algo diferentes dos originais. De certa forma, acredito que o intuito da produção seria manter a familiaridade, mesmo num tema tão distinto. Por outro lado, podiam muito bem criar todo um leque de novas personagens sem reutilizar as feições, vozes e personalidades. O resultado é, de facto, algo estranho.

Contudo, todo os elementos que tanto gostamos da franquia Yakuza estão aqui. O mesmo empenho de profundidade e “vida” que foram dados a Kamurocho ou Yokohama (entre outros locais), está patende em Kyo. Também está patente toda a cultura Japonesa, agora tão arcaica, criando um contraste ainda maior que as aventuras contemporâneas de Kyrio. Uma vez mais, este é um jogo de detalhes, onde tudo é ironicamente familiar e estranho ao mesmo tempo.